segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pesquisa de Arquivos e sua aplicação na história da música






Pesquisa de arquivos pode ser rentável em muitas maneiras para um musicólogo. Pode produzir material biográfico sobre o compositor e performer; a data de composição de uma obra particular; referências a música perdida ou manuscritos de música; a história de uma instituição musical (de uma Capela Real, a escola de uma igreja, de um coro litúrgico, ou orquestra de um conservatório); a história da música de uma cidade, uma sociedade ou um concerto de teatro lírico; ir ao encontro das técnicas para a construção de um instrumento e edição de música. Na verdade, pode produzir informação relativa a todos os aspectos externos da execução de música. Em termos mais amplos, pode dar dicas sobre o lugar do músico na sociedade em épocas passadas, e no lugar da música entre os valores estéticos da época. Além disso, as fontes do arquivo podem ser úteis na reconstrução da prática de execução da música da época pré-clássica. No caso da música sacra para coro, os detalhes do método de desempenho podem ser melhor obtidos a partir dos arquivos das igrejas mantendo os coros. As fontes mais valiosas são os códigos de estatutos; contas e livros de salão; registos e volumes das decisões por capítulo; obituários e cartulários, recortes de mestres de coro, cantores e organistas; inventários de livros de música e registos de visitação. A partir destas, é possível reconstruir certas características de desempenho, tais como o número de cantores, o número de vozes para uma parte, a implantação de vozes solistas e coro, a disponibilidade e a participação de instrumentos e por último, até questões como a aproximação do passo de actuação. Da mesma forma, os arquivos das famílias reais e aristocráticas frequentemente revelam a composição exacta das bandas de músicos e trovadores e listam os instrumentos à sua disposição.
Os estudiosos europeus sentiram a necessidade de usar o conteúdo de arquivos durante o século XIX. Itália (Baini, Caffi, Bertolotti, Valdrighi, Radiciotti, Solerti), França (La Fage, Campardon, Jullien), Inglaterra (Lafontaine), Irlanda (Flood) e Alemanha (Haberl) foram os primeiros países a dar o exemplo. Esses pioneiros foram muitas vezes amadores, estimulados pelo crescimento das sociedades científicas. As gerações seguintes eram predominantemente compostas por musicólogos profissionais (tais como La Laurencie, Ecorcheville, Brenet Michel, Prunières) e especialistas de órgãos (Dufourcq e muitos outros), dos quais o último foi o mais activo. No entanto, poucos estavam dispostos a publicar edições coerentes e completas dos textos, com a intenção de fornecer uma base para futuras pesquisas. As excepções foram: a “Nota d'Archivio” por Casimiri; os “registos da Confraria de Nossa Senhora de S. Hertogenbosch” publicada pela Smijers e mais recentemente o "Documentary Biographie’s” de Schubert, Handel e Mozart por Deutsch. Ainda resta uma grande quantidade para editar (das contas, os arquivos de igrejas, capelas e escolas, correspondência diplomática, arquivos de notários), para os quais o musicólogo terá que adquirir as habilidades do historiador administrativo.



Veronique Marques

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vladimir Zubitsky


Vladimir Zubitsky nasce em 1953 em Goloskogo, Nikolaev.
Começa a estudar "Bayan" com 6 anos na "Krivoy Rog Childrens Musical School". De 1969a 1971 Vladimir estudou no "Ghessin Musical College" sob a orientação de Vladimir Motov. De 1971 a 1979 continua a sua educação no "Kiev Conservatory of Music" sob a orientação do Professor Vladimir Besfamilnov no Acordeão, V. Gnedash em regência e composição com M. Skorik.
A sua carreira internacional começa a 1975, quando Vladimir ganha a "Internacional Accordion Competition Coupe Mondial" em Helsínquia, Finlândia. Um ano depois inicia a sua carreira como concertista da "Ukrainian Concert Organisation" dando concertos por todo o mundo.
Vladimir é um aclamado compositor de obras para acordeão. As suas composições mais famosas são a "Children's Karpathian Suite", "Partite Concertata in Mode Jazz-Improvisazione" as quais são executadas por acordeonistas famosos em todo o mundo. Para além da Música para acordeão Vladimir compôs 7 Sinfonias, 3 Óperas, 2 Bailados, 7 Concertos, Música Coral e de Câmara. Vladimir foi reconhecido pelas suas composições quando foi premiado pela Unesco em 1985.
Actualmente sediado em Itália, Vladimir apresenta-se regularmente como solista, assim como com a sua família em duas formações: "Duo Zubitsky" e "Quarteto Zubitsky", executando vários estilos musicais como : Barroco, Romântico, Clássico, muitas masterclasses e fazendo parte como júri de várias concursos internacionais de acordeão Vladimir organiza os "Accordion Seminars with Zubitsky" que decorreram em Pesaro, Itália e é actualmente presidente da associação de acordeões da Ucrânia.

Veronique Marques

segunda-feira, 3 de maio de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Concerto dia 14 Maio às 21.30 no Salão Nobre do Governo Civil, Castelo Branco Carlos Alves e Caio Pagano


Lançamento do CD “Recital in the West”, em Portugal, um trabalho coproduzido pela Universidade do Arizona nos Estados Unidos da América e a Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Este concerto é coincidente com os 70 anos do Pianista e Professor Caio Pagano.
Concerto inserido no programa da Primavera Musical do Conservatório Regional de Castelo Branco.
Carlos Piçarra Alves, nasceu em 1972 na cidade de Portalegre, iniciando os seus estudos musicais aos 7 anos na Sociedade Artística Nisense (Nisa).
Licenciado pela Escola Superior de Música do Porto e «Prix de Perfectionement» no «Conservatoire de Versailhes», na classe do Prof. Philippe Cuper (Super-Solista da Ópera de Paris). Fez Master Classes com Walter Boykens, Guy Deplus, Philippe Cuper, Guy Dangain, Michel Arrighon, Michel Collins e Paul Meyer. Obteve o 1° Prémio nos seguintes Concursos Nacionais:
Prémio Jovens Músicos, Juventude Musical Portuguesa e Festival Costa Verde.
Em Concursos Internacionais obteve, o 3° Prémio no Concurso Aurelian Octav Popa e ficou entre os cinco primeiros classificados no Concurso Internacional de Roma.
Foi 1° Clarinete da Orquestra Portuguesa da Juventude e da Orquestra das Escolas de Música Particulares.
Em 1991, fez parte das escolas da Orquestra Juvenil da Comunidade Europeia.
Colaborou com a Orquestra Gulbenkian, Régie Sinfonia, Orquestra do Norte e é actualmente Solista-A na Orquestra Nacional do Porto. Tocou a solo com a Orquestra Sinfónica de Constanza, Orquestra Clássica do Porto, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Clássica da Madeira e Orquestra Nacional do Porto.
Professor Principal de Clarinete na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. Ex-Professor nas Escolas Superiores de Musica de Lisboa e do Porto e Universidade Católica Portuguesa. Leccionou Master Classes em Portugal, França (Toulouse) e em Itália (Bolonha). Tem-se dedicado ao desenvolvimento da Música Contemporânea integrado no grupo Oficina Musical.
Concertista de reconhecido mérito, actua regularmente como solista nas principais salas de concerto portuguesas. A sua actividade internacional expande-se por países como: Alemanha, Itália, França, Espanha, Rússia, Roménia, Noruega, Macau e Cabo Verde.
Gravou para a Emi Classics o Concerto de Mozart para Clarinete e Orquestra.
As suas incursões mais recentes prendem-se com o teatro, musicou ao vivo as peças de teatro Figurantes de Jacinto Lucas Pires e D.Juan de Moliere ambas com encenação de Ricardo Pais, no Teatro de S.João.
Carlos Alves é doutorando na Universidade de Aveiro.
Toca com Clarinetes Buffet Crampon, modelo Tosca.
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Caio Pagano tem sido Coordenador do Curso de Piano do Instituto Politécnico de Castelo Branco desde 2001. Aquando da breve existência do centro de Belgais (fundado por ele e por Maria João Pires), Maria João e Caio leccionaram os primeiros alunos do Instituto.
Em 2003, já desligado de Belgais, o pianista Caio Pagano pode se dedicar à classe de piano de Castelo Branco.
Em poucos anos esta classe conseguiu, por seus alunos, marcar uma forte presença em Portugal; dois alunos, Renato Aranha e Yara Gutkin, venceram concursos Internacionais e Nacionais e seguem Cursos Universitários Superiores em outros países; outros estão a levar nosso nome às Escolas Superiores de Paris, Londres e Colonia, com imenso sucesso. Em 2007 a classe tocou todos os Preludios de Debussy, e em 2008 todos os Estudos de Chopin.
Caio Pagano tem participado de concertos com seus colegas do Politécnico de Castelo Branco, Carlos Alves e Daniel Rowland no Porto e em Castelo Branco, entre os quais em S. Bento da Vitoria, encenado por Ricardo Pais, no Festival de Paços de Brandão, e um CD com obras de Bartok e Messiaen sob o patrocinio da ESART foi lançado em 2008. O pianista Paulo Alvares,
Professor da Hochschule de Colonia, e’ colega e foi aluno de Caio Pagano, e com ele tem participado de inumeros concertos a dois pianos na América e no Brasil, além de Portugal.
Caio Pagano tocou com as principais orquestras de Portugal, e nas principais salas do país, inclusive Gulbenkian, Teatros S.Luis, Tivoli, Império,
S.João do Porto, Sala Mourisca da Bolsa do Porto, Ateneu Comercial do Porto, Europarque, Aula Magna da Universidade de Lisboa, CCB, Palácio da Ajuda, Queluz, Olga Cadaval e em Festivais do Algarve, Açores, Óbidos, etc.
A carreira solista e cameristica de Caio Pagano o tem levado aos quatro cantos do mundo, e sua contribuição para com a arte pianistica em Portugal o levou a ser chamado por Maria João Pires para coordenar e ser o Director Artístico do centro de Belgais. Com ela tocou inúmeros concertos
em Espanha, França e Portugal, alem de gravar um disco “ Os sons de Belgais” para a Deutsche Gramophon.
Caio Pagano lançou em 2008 um CD com obras que recordam sua juventude, intitulado “Remembrances”.
Em 2009 Carlos Alves e Caio Pagano foram convidados para se apresentar nos Estados Unidos e gravar um recital de clarinete e piano para o selo Soundset, que será lançado em 2010, durante o Festival Internacional de Musica Steinway.
Caio Pagano é chamado para bancas de provimento de posições universitárias e doutorados em toda Europa e América, inclusive no Porto, em Sion (Suiça) em Cáceres e Castelo Branco, e é Professor Regente da Arizona State University (USA).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Concerto dia 27 Abril às 21.30 no Conservatório Regional de Castelo Branco, Paulo Alvares - Piano


Professor de piano, música de câmara contemporânea e improvisação experimental na Escola Superior de Música de Colônia, onde coordena o Ensemble fuer Aleatorische Musik, é internacionalmente requisitado como solista e camerista, particularmente para Música dos séculos XX e XXI, actuando na Europa, China, Japao, Coreia, Americas do Norte e do Sul. Desde 2003 é Professor Coordenador de piano e música de câmara da Escola de Artes Aplicadas do IPCB de Castelo Branco, Portugal.
Mineiro de Uberlandia, nascido em 1960 e formado pela USP, estudou nos Estados Unidos com Caio Pagano e Steven de Groote, recebendo mestrado pelo Texas Christian University.
Frequentou, com bolsa do DAAD (Intercâmbio Académico Alemão), a Escola Superior de Música de Colônia, onde estudou com Aloys Kontarsky e Hans Ulrich Humpert. Recebeu o Prémio Kranichstein de Musica no 33.Darmstadt New Music Courses e o I Premio no concurso Musikkreativ em Saarbruecken.
Trabalhou com regentes e compositores como Mauricio Kagel,Karlheinz Stockhausen, Helmut Lachenmann, Luciano Berio, Earle Brown, Tristan Murail, Emmanuel Nunes, Peter Eötvös,Phillip Glass, Joerg Widmann, Brice Pauset , Gerard Pesson, Tristan Murail, York Hoeller Dieter Schnebel e Gerhard Stäbler e com a WDR Sinfonieorchester, a Gürzenich Sinfonieorcheste (Colonia), Bochumer Synfoniker, Saarbrücken Radiosinfonieorchester, além de colaborar com diversos ensembles de música nova. Em 2003 gravou a obra completa para piano de Mauricio Kagel.
Em seu repertório encontram-se obras chaves do repertório moderno e contemporaneo, de entre elas os concertos para piano e orquestra de Prokofieff ( V ), Bartok ( II e III ), Strawinsky ( 1924), Schoenberg ( Klavierkonzert ), Shostakowitch (Concerto I ), Janacek ( a obra completa ), Ravel ( sol maior ) ,Gershwin ( Concerto in F ), Villa- Lobos ( O momo Precoce ) , Lutoslawsky (Paganini Variations ) , Hindemith ( Os quatro Temperamentos ) , Honegger ( Concertino ) , Messiaen ( Obra completa para piano. E ensemble , Turangalila Symphony ) , Ligeti ( Concerto para piano e orquestra - 1. audição portuguesa em 1993 ) , John Cage ( Obra completa para piano e orquestra ), Birtwhistle ( Slow Freeze ), Luciano Berio ( Coro ), Charles Ives (Symphony IV ), Henze ( Requiem ) . Seu vastissimo conhecimento da música de câmara engloba tanto o repertório clássico romântico assim também como o moderno e contemporâneo, destacando se a integral da obra cameristica de Bela Bartok, a integral das sonatas para clarineta e piano de Brahms e a integral das sonatas para piano e violino de Prokofieff, além de extensivo repertório para dois pianos expandido a todos os períodos históricos. Suas investigações analíticas levaram-no a extrema especialização das obras de Antonio Vivaldi, Bela Bartok e Mauricio Kagel. Como compositor dedica-se a fusão de processos composicionais junto a electrónica e a improvisação, executando inúmeras primeiras audições em vários continentes.
Junto das mais importantes rádios alemãs já se registaram mais de 30 CDs com repertório solista, camerístico e sinfónico principalmente com a WDR de Colonia.
Seus alunos encontram sempre enorme receptividade em várias instituições de renome na Europa, América do Norte e Latina.

Miguel Albuquerque

Masterclass de Piano com Fernando Rossano



Miguel Albuquerque

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O piano teve sua primeira referência publicada em 1711, no "Giornale dei Litterati d'Italia" por motivo de sua apresentação em Florença pelo seu inventor Bartolomeo Cristofori. A partir desse momento sucedem-se uma série de aperfeiçoamentos até chegar ao piano atual. A essência da nova invenção, residia na possibilidade de dar diferentes intensidade aos sons e por isso recebeu o nome de "piano-forte" (que vai do pianíssimo ao fortíssimo) e mais tarde, reduzido apenas para piano. Tais possiblidades de matizes sonoras acabou por orientar a preferência dos compositores face ao clavicembalo.

Os pianos modernos, embora não se diferenciem dos mais antigos no que se refere aos tons, trazem novos formatos estéticos e de materiais que compõem o instrumento. Um piano é um instrumento musical de corda percutida. Também é definido modernamente como instrumento de percussão porque o som é produzido quando os batentes, cobertos por um material macio e designados martelos, e sendo ativados através de um teclado, tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura rígida de madeira ou metal. As cordas vibram e produzem o som. Como instrumento de cordas percutidas por mecanismo ativado por um teclado, o piano é semelhante ao clavicórdio e ao cravo. Os três instrumentos diferem no entanto no mecanismo de produção de som. Num cravo as cordas são beliscadas. Num clavicórdio as cordas são batidas por martelos que permanecem em contacto com a corda. No piano o martelo ressalta de imediato após tocar nas cordas e deixa a corda vibrar livremente.


Jorge Félix
Veronique Marques
Miguel Albuquerque